quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Sobe para 47 o número de casos de microcefalia no RN, diz Sesap

Diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Diretor do Departamento de Vigilância de Doenças
Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio
Maierovitch (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Rio Grande do Norte é um dos três estados com mais notificações.
Boletim foi divulgado na noite desta terça-feira (17) pela Sesap.


Um balanço divulgado pela Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte nesta terça-feira (17) revelou que o Rio Grande do Norte teve 47 notificações de recém-nascidos com microcefalia - condição rara de ter o crânio do tamanho menor que o normal.
No início da noite, técnicos da Sesap realizaram uma reunião na Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica com a participação do secretário Ricardo Lagreca, onde foram contabilizados os últimos números. Antes, o Ministério da Saúde havia divulgado 39 casos no RN. Após a reunião, a Sesap anunciou que o número de casos confirmados havia subido para 47.
O boletim epidemiológico com dados reunidos até a segunda-feira (16) pelo Ministério da Saúde apontava a ocorrência de 399 casos em 2015, em sete estados. O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis da pasta, Cláudio Maierovitch, informou em entrevista coletiva que o ministério trabalha com a hipótese de que o aumento de casos esteja ligado ao surto recente de zika vírus registrado no Nordeste.
A relação entre o zika vírus e a má-formação genética ganhou força porque o micro-organismo foi identificado em duas gestantes da Paraíba. Elas apresentaram sintomas da infecção durante a gravidez e carregam bebês com microcefalia confirmada. Exames laboratoriais encontraram o vírus no líquido amniótico, que envolve o bebê na gestação.

"Vocês podem perguntar se isso fecha a correlação entre as duas coisas, e minha resposta é: 'quase'. Estamos sendo bastantes cautelosos, mas não se encontrou nenhuma outra causa até o momento. Tivemos uma circulação importante do vírus no Brasil no primeiro semestre, coisa que aconteceu pela primeira vez na nossa história", declarou o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch.

O aumento significativo do número de casos no Nordeste fez o Ministério da Saúde decretar emergência em saúde pública no último dia 11. Na semana passada, o ministro da saúde, Marcelo Castro, afirmou que essa é uma situação inusitada. "Todas as hipóteses estão sendo avaliadas", disse o ministro em coletiva de imprensa.
Protocolo
Os casos suspeitos de microcefalia se caracterizam por recém-nascidos que apresentam o perímetro da cabeça igual ou menor de 33 centímetros. A Secretária Estadual de Saúde lançou um protocolo padrão, com orientações para a notificação dos casos, além de um portal onde as unidades de saúde enviam os dados.
Além do Hospital Oswaldo Cruz e do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) e a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) foram definidas como unidades de referência e para o atendimento dos bebês e das mães. O estado ainda definirá centros de referência para as notificações do interior.
Já a investigação epidemiológica dos casos está sendo feita em parceria com o Ministério Público e quatro instituições de pesquisa: Fiocruz, Imip, UFPE e Universidade de São Paulo (USP). Todas trabalham em conjunto para tentar identificar as possíveis causas do crescimento vertiginoso dos casos de microcefalia na região.

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