terça-feira, 12 de junho de 2012

Cientistas brasileiros desenvolvem 1ª vacina contra esquistossomose

Miriam Tendler
Foram mais de 20 anos de trabalho até poder testar vacina em seres humanos. Ainda faltam novos testes, mas pesquisadores acreditam que daqui a três ou quatro anos vacina já vai estar disponível para população.
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz desenvolveram a primeira vacina no mundo contra uma doença causada por um parasita. A descoberta protege contra a esquistossomose e o primeiro teste clínico foi feito com sucesso.
Em um pequeno frasco está uma grande conquista da ciência brasileira: uma vacina que protege contra a esquistossomose, também conhecida como barriga d´agua.
“Nós temos agora uma produção 100 % nacional dirigida a uma doença que talvez seja uma das mais importantes sob o ponto de vista mundial, com 200 milhões de pessoas atingidas. No Brasil, nós temos 2,5 milhões de pessoas com esquistossomose”, diz o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
Na maioria, gente que vive em áreas sem saneamento básico e entra em contato com o verme, o Schistosoma mansoni. Causa fraqueza, diarréia, enjôos, vômitos, anemia.
Em casos mais graves, pode levar à morte.
Os cientistas conseguiram isolar a molécula que é fonte de energia do parasita, a Sm 14. Ao tomar a vacina, o corpo humano produz anticorpos. Quando a pessoa tem contato com o verme, esses anticorpos entram em ação e fazem a molécula parar de funcionar, matando o parasita.
Foram mais de 20 anos de trabalho no laboratório até poder testar a vacina em seres humanos. Ainda faltam novos testes, mas os pesquisadores estão otimistas e acreditam que daqui a três ou quatro anos a vacina já vai estar disponível para a população. Nas áreas de maior incidência da doença, ela poderá fazer parte do calendário de vacinação.
“É uma doença crônica, antiga, que compromete a saúde, a qualidade de vida. A gente trabalhando na fronteira da ciência para uma doença que é nossa”, diz a pesquisadora Miriam Tendler.





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